Resenha Crítica: A Menina que roubava Livros

Existem leituras que nos instigam a curiosidade por assuntos que não estão no topo de nossos interesses. Confesso que foram pouquíssimas as vezes que os detalhes sobre os fatos que acarretaram a Segunda Guerra Mundial e a política do grande Führer da Alemanha nazista chamaram minha atenção. Mas agora, graças à leitura da aclamada obra A Menina que Roubava Livros, que inclusive estava na minha lista de leituras havia pelo menos dois anos, estou deveras empenhada em buscar mais informações sobre o assunto. Nesta altura do texto, não dou detalhes da minha opinião sobre o livro, mas adianto que fiquei encantada ao ser presenteada por minha sogra com essa linda obra de extraordinárias palavras.

Informações Técnicas

Título: A Menina que roubava Livros
Autor: Markus Zusak
Editora: Intrínseca
N° de páginas: 478

Sinopse: Liesel Meminger é uma garotinha que se vê obrigada a deixar sua vida tradicional para trás quando sua mãe, comunista, leva ela e seu irmão para pais de adoção, só que no trajeto, no entanto, seu pequeno irmão morre e Liesel se sente mais sozinha do que nunca. Leva um tempo para se adaptar à nova vida, mas não muito tempo, porque logo a pequena alemã de olhos castanhos, o que não é muito vantajoso para quem vive sob a política de Adolf Hitler, o Führer nazista, sente o grande amor que seu pai (Hans Hubbermann) de adoção nutre por ela. Sua nova mãe Rosa, apesar de durona e boca suja, também tem um grande coração, o que faz Liesel amar a nova família, embora ainda deseje o retorno da verdadeira mãe. Liesel também conhece Rudy, seu vizinho, de quem se torna confidente e melhor amiga. A menina que enfrenta dias obscuros e de grandes provações e privações encontra na leitura, e no roubo de alguns livros, uma tentativa de fuga desse mundo tão injusto, no qual vive. Ao mesmo tempo que descobre o poder das palavras, que podem tanto enriquecer o mundo e proporcionar o progresso e a alegria, quanto destruir vidas e esperanças, Liesel luta para encontrar felicidade em meio à pobreza, injustiça e crueldade política.

Crítica: Não ouvi de poucas pessoas que A Menina que Roubava Livros foi a melhor obra já lida. Mas também não ouvi de poucos que a leitura não passou das primeiras 20 páginas. E se você não for um tanto perseverante na leitura, certamente não vai passar das primeiras 20 páginas mesmo, porque o início é um tanto poético demais, e se poesia não lhe for agradável, é possível que surja a impressão errada de que o livro inteiro é assim. Mas aí, o leitor vai perder uma grande oportunidade de mergulhar numa narração magnífica contada por, ninguém menos, que a Morte, que se interessou tanto pelo destino de Liesel que achou que sua vida renderia uma grande história.

O que mais me encantou no livro foi o modo como o autor tratou um assunto tão delicado, como a política nazista, de uma forma tão atraente e convidativa. Senti mais curiosidade para estudar o assunto depois da leitura. Mas claro que há centenas de pontos positivos nessa obra maravilhosa. A sapequice de Liesel me deixa à vontade com as minhas próprias. Eu era bem moleca e, tirando o fato de Liesel ser uma ladra de comida e livros, me identifiquei muito com a personagem por seu jeito desprendido de riquezas e de modismos. A obra toda é cheia de lições, mas também cheia de aventuras. A leitura somente seria agradável, atraente, mas o final tornou uma história um pouco mais que comum em um enredo extraordinário. Tanto que lágrimas escorreram literalmente por meu rosto. Não parei de chorar até cair no sono, porque o desfecho não poderia ter sido mais surpreendente e emocionante. Fez-me pensar como as nossas vidas estão sempre por um fio. Nas mãos da senhora Morte, podemos ir embora deste mundo a qualquer momento, e ela não tem dó de nos levar. Mas acima disso, até que ponto vale a pena protelar os pequenos momentos, levando em consideração que nossa vida é tão frágil? Agora si, já posso assistir ao filme.

Minha Nota: 10,0

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